Créditos de carbono e a imagem do Brasil no exterior
Desde a Primeira Revolução Industrial, em 1760, as fábricas começaram a queimar combustíveis em larga escala para aumentar a produtividade. Com isso, originou-se um problema que preocupa cientistas de todo o mundo, a poluição atmosférica. Foi somente a partir dos anos 70 que os países entenderam que a poluição do ar era muito grave. Desde então, alguns esforços foram feitos para contornar esse problema sem deixar de lado a produtividade. Atualmente, no mercado internacional, existem regulamentações internacionais que limitam o quanto um país pode poluir o ar. A mais famosa delas é a política dos Créditos de Carbono.
O que são os Créditos de Carbono?
Surgidos na a ECO-92, no Rio de Janeiro, e desenvolvidos com o protocolo de Quioto, no Japão, os créditos de carbono são créditos que um país adquire após poluir menos que o seu limite estipulado por organizações internacionais. No caso, 1 crédito é igual a 1 tonelada de gás carbônico que não foi liberada na atmosfera. Eles foram criados com o objetivo de estimular a diminuição da propagação de gases estufa pelos países, isso é feito por meio da individualização de consequências econômicas para os países para tentar resolver um problema coletivo e nocivo ao meio ambiente, no qual um Estado pode poluir todos os outros podem sofrem com esta poluição, que transita ao redor do globo.
Mercado de créditos de carbono
Como resultado, temos a criação de um grande mercado em torno desses créditos. Países mais ricos e industrializados compram créditos de países menos industrializados para conseguirem ultrapassar o seu “teto” e assim continuarem com as suas indústrias e com a exportação, geração de energia ou queima de gasolina a todo vapor, o que permite a continuidade do seu desenvolvimento. Por outro lado, os países menos industrializados, que poluem menos, podem receber uma quantia em recursos que objetiva diminuir o prejuízo que eles possuem por não poluírem como os demais mas, mesmo assim, sofrerem com a poluição, pois no planeta Terra, quando se trata de clima, “estamos todos no mesmo barco”.
Potencial do mercado de Créditos de Carbono
Os países que acumulam créditos de carbono, conforme explicado anteriormente, conseguem vendê-los no mercado internacional para outros países que estão emitindo acima de seus próprios limites.
Existem pesquisadores que defendem que esse mecanismo é controverso, visto que, apesar de ser um incentivo para países reduzirem as emissões de gases poluentes, também permite que Estados que possuem alta taxa desses mesmos gases, mas possuem recursos financeiros, pareçam ser “eco friendly”.
O Brasil possui grande capacidade de gerar esses créditos de carbono. Segundo estimativas de uma consultoria empresarial americana, o Brasil, com sua área verde preservada, poderia faturar até 26 bilhões de reais apenas nesse mercado. Adotando o preço médio de 50 reais por crédito de carbono, isso seriam quase 520 milhões de toneladas de carbono “roubadas” da atmosfera, portanto, o potencial tanto econômico quanto ecológico do país é enorme.
Situação do Brasil com os créditos de carbono
Em um novo estudo do site inglês Carbon Brief sobre emissões de gases acumulados durante a história desde 1850, o Brasil ocupa um lugar preocupante. No ranking, liderado pelos Estados Unidos e depois pela China, o Brasil aparece ocupando o quarto lugar, superando muitos países europeus que sempre foram mais industrializados. O motivo disso são as queimadas e o desmatamento, apontam especialistas. Desse modo, apesar de não ter um parque industrial pujante como o dos Estados Unidos, das potências européias ou asiáticas; e também estar se desindustrializando, o Brasil não ocupa o lugar de um país que polui pouco, pois as queimadas de florestas e do cerrado e também somente a derrubada dessas árvores (que capturam a poluição e filtram o ar) fazem com que a emissão aumente muito.
Como isso afeta a imagem do Brasil e suas exportações?
Atualmente, quando estudamos vendas e marketing, sabemos que uma das questões que motivam os clientes a comprar de uma empresa é se ela é eco sustentável, ou se possui práticas sustentáveis. A preocupação com o meio ambiente cresceu tanto que as empresas viram a necessidade de se adequar às boas práticas e também passar a imagem correta ao público. No âmbito internacional, não é diferente. Se um país possui má fama, há o risco de suas empresas serem menos atrativas para os importadores do mundo todo.
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